sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mais 11 coisas que as garotas pensam...

É, bem. Eu deveria tentar voltar à esfera blogueira com um pouco mais de empenho e com um pouco menos de preguiça. Como isso nem sempre é possível, deixo aqui o link pro texto que minha amada amiguinha Bel, que eu conheço dasantiga me convidou pra escrever. Na verdade, olhem o Ato ou Efeito inteiro, vale a pena (principalmente a overdose de Foo Fighters :D).

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Cuz I can be bought, but you'll pay the cost
If you can afford me
Katy Perry - If you can afford me

domingo, 21 de setembro de 2008

Por uma melhor educação

O mundo seria bem melhor se houvesse mais educação. Não estou falando da educação formal, "toda criança na escola" ou qualquer coisa do tipo (até porque eu me preocupo tanto com o bem do país que nem o meu título de eleitor me dei ao trabalho de transferir, então terei que justificar, de novo). Quem nunca aprendeu com as tias da pré-escola as palavrinhas mágicas: com licença, obrigada, por favor? Pois é. Tem um montão de gente que aparentemente não.
Adulto mal-educado é um horror. Que tipo de exemplo dá? Os piores possíveis, com certeza. Certo dia estava eu, num ônibus lotado, voltando do shopping domingo à noite. E uma criatura perto de mim jogou um copo de meio litro (vazio, claro) de milk shake do Mc Donalds pela janela! Se pessoas que jogam papéis de bala e bitucas de cigarro já me irritam profundamente, o que dizer de um copo? Será que se eu fosse na casa dela e começasse a despejar lixo no quintal ela ia gostar?
E crianças, então? Malcriações infantis terão que ficar pra outro dia, então vou citar a mais recente: esses dias eu estava nas Lojas Americanas do shopping, na fila. E é daquelas filas que dão milhares de voltas, separadas por correntes. A loja estava vazia, o caixa ocupado e praticamente só eu na fila. E não é que numa dessas uma guria, de uns oito anos, passou por baixo da corrente e entrou na minha frente? Ela estava com o irmão e com os pais! Claro que deixei por isso mesmo, porque o que não tenho de barraqueira tenho de otária. Aí depois que eu digo que todo ser humano menor de 16 anos tem que passar por um processo civilizatório numa espécie de campo de concentração longe das outras pessoas acham que estou sendo cruel demais.
A correria do dia-a-dia já bem ruim por si só (e ainda pior em cidades maiores), por que as pessoas não podem facilitar só um pouquinho, sendo menos grossas e estúpidas? É tão bonito quando as pessoas pisam no nosso pé sem querer e pedem desculpa, ou quando se oferecem pra segurar nosso material no ônibus. Isso com certeza deixaria as pessoas mais felizes e faria do mundo um lugar um pouquinho melhor. Não estou pedindo muito, apenas que cada um faça a sua parte. =)

sábado, 23 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Edição Drops de Manaus, sabor tucumã com cupuaçu II

No primeiro dia conhecemos alguns guris, que pagaram a inscrição só pra poder ir nas festas. No segundo dia dois deles nos levaram em um tour pelo centro da cidade. Passamos por vários prédios históricos e talz, tiramos foto na frente do Teatro Amazonas, um programa bem turista.
E foi só. Não passeamos, fomos lá para trabalhar, não pra fazer turismo e isso não me chateou. Não vimos o Encontro das Águas, não entramos no Teatro, não fomos no ensaio da Festa do Boi, não fomos a nenhuma reserva indígena, nada que pessoas normais gostam de fazer pra tirar foto. Até porque, nem máquina tínhamos.
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Como toda turista, pretendia levar alguns souvenires para os amigos. Minha amiga que me emprestou o dinheiro da passagem pediu um cocar. Por mim, eu comprava um cocar de cada cor, já que ela merecia. Mas a verba estava curta e eu não visitei nenhuma feira de produtos típicos. E comprar nas lojinhas do aeroporto meio que desvirtua o processo, né não? (além de ser mais caro, claro)
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As festas: sim, dentro de todas as atividades acadêmicas mui construtivas, estão inclusas festas! Em lugares especiais, apenas para participantes do evento, sem nenhum custo para entrar (só as bebidas que não eram liberadas, mas também já era pedir demais, né?). É uma coisa linda, porque estão presentes pessoas de Norte a Sul, há muita interação entre as pessoas. (6) Sem contar que acho os designers seres especialmente apreciáveis, umas gracinhas. Pena que esse ano parecia que estava todo mundo irritantemente comprometido. ¬¬
Ou fui eu quem bebeu pouco. Ano passado (Florianópolis, SC) havia uma pinga de R$1 a dose. Misturada com o refri, que era R$2, proporcionava um drinque que alegrava por muito tempo. Já esse ano, os drinques mais baratos era R$4, e fraquinhos. Eu não estava disposta a torrar muito dinheiro com bebida. Ou seja, fiquei muito tempo sóbria, o que tira a magia da coisa.
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Se tem uma coisa que eu tenho horror nessa vida é carioca (minha opinião mudou um pouco depois que passei a ver o Marcelo Adnet, até então ele era o único que eu não sentia vontade de atacar com um lança-chamas). Mas nada como as adversidades da vida pra gente mudar de idéia.
Um grupo de cariocas mui simpáticos (!!!!) tinha uma mesa no meio do acampamento cheia de bebidas. No penúltimo dia, já irritada com a minha sobriedade constante, fui lá socializar com eles. E enchi a cara de Prushka (uma vodca muito vagabunda) com xarope de guaraná barato. Cheguei da festa sem nem saber meu nome direito (e muito menos me lembrar quem dançou comigo na megaquadrilha que houve - festa junina, que bonito!) e acordei com uma sede do capeta.
Quando estávamos no ritual de desmanche do acampamento um dos cariocas me ofereceu uma garrafa de Prushka fechada pra levar pra casa. Infelizmente não havia mais espaço na mala. :/
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Amazonas é quase uma outra dimensão. Tem até o fuso-horário diferente! O que me deixou comovida mesmo foi uma das minhas idas à cantina perto do acampamento. Estava olhando o freezer, eis que vejo uma garrafa de Grapette! Não sei se tem em outras regiões do Brasil, mas no Sul ela foi extinta para todo o sempre há anos. Minha mãe falou que ela tomava quando era criança, "Quem bebe Grapette, repete", essas coisas. Para alegrá-la um pouco, lhe levei uma garrafa, para relembrar os velhos tempos. =D
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Continuando com o intercâmbio de bebidas: um pessoal do Maranhão falou na comunidade que levaria a lendária tiquira. Além de provar tive que levar uma garrafa de recordação, claro. É álcool puro, nossa (isso que já tomei coisas beeem medonhas)!
Já que estamos no Maranhão, o Guaraná Jesus não poderia faltar. Já tinha ouvido falar muito dele e precisava provar senão teria um treco. Digamos que é bem... peculiar. Ainda não consegui decidir se gostei ou não.
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Saldo: uma semana dormindo menos de quatro horas por noite, num colchão inflável que murchava, tomando banho gelado (e meu cabelo virou um bagaço, já que estava sempre molhado de suor), correndo de um lado pro outro, conversando com pessoas do Brasil inteiro, trabalhando, me divertindo, livre das professoras malas...
Recomendo a todos os estudantes de design irem pelo menos uma vez, pra ver como é. Uma experiência única, podem ter certeza.
N Design Pernambuco 2009, aí vou eu!

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Boys just come and go like seasons
Fergie - Fergalicious

domingo, 10 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Edição Drops de Manaus, sabor tucumã com cupuaçu I

Lá é quente. Quente. Quente. Quente! Não estou brincando. É quase insuportável para alguém que veio dum lugar em que costuma gear. Senti o ar quente e abafado típico de lá assim que coloquei o nariz pra fora do aeorporto e saí dos domínios do ar-condicionado.
A UFAM (Universidade Federal do Amazonas), local sede do evento, fica praticamente dentro da Floresta Amazônica. Isso não quer dizer que seja fresco. Poxa vida, cadê o vento nesas horas?
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Não importa a hora em que a gente tomasse banho, a gente já saía pingando suor. Achei que ia morrer tendo que tomar banho gelado nos vestiários por uma semana (pelo menos tinha separação entre os chuveiros e cortininha), já que ODEIO banho gelado, mas até que foi uma bênção.
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A lona sobre nossa barraca acabou se revelando uma idéia nem tão boa assim. Em primeiro lugar, a lona era preta, o que fazia com que a gente acordasse encharcada de suor antes das oito da manhã (já não bastasse o sol africano de lá, a lona preta fazia o favor de concentrar o calor ainda mais). Em segundo lugar, a chuva acabou entrando do mesmo jeito, pela telinha da porta. ¬¬
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Até que não era assim tão povoado de mosquitos quando imaginei. Não passei repelente nenhum dia, veja só! E também não peguei malária, nem febre amarela, nem dengue, nem um mísero resfriado se apresentou. Escapei até do surto de conjutivite (ao contrário da minha amiga), que começou no pessoal da organização e se alastrou pelos participantes. Isso que fiquei UMA SEMANA sem tirar as lentes de contato. Achei que elas adeririam para sempre às minhas córneas, mas consegui removê-las sem nenhum dano aparente à elas nem aos meus olhos.
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Geeeente, eu vi um esquilo! Achei que esquilos só existiam no Central Park. =P
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O almoço e o jantar eram bons. E o melhor era ser monitor e não pegar fila, e ainda zoar os outros (calculem: uma hora de almoço + pelo menos 500 pessoas querendo almoçar = uma fila nada modesta). Sim, eu não sou legal. :P
Os sabores de suco eram um tanto incomuns, pra não dizer bizarros: acerola (tá, eu conhecia acerola), caju (conheço o suficiente pra detestar), cupuaçu, tamarindo (eu jurava que só existia no Chaves!), e mais um outro que não há Cristo que me faça lembrar. Onde foram parar os sucos de laranja e morango?
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Acabou mas ainda tem. ;)

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This is just what you're looking for
Citizen Bird - Joy

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Parte II

Com a viagem 100% confirmada, começaram os preparativos de verdade. Barraca ok, a minha amiga que também ia conseguiu uma emprestada. E ela tinha um colchão de casal inflável recém-consertado, mas que dava pro gasto. Arranjei uma lona, pra garantir que as chuvas constantes da Amazônia não afetariam a integridade física da barraca e dos pertences contidos em seu interior. Troquei um frasco de colírio novo por dois repelentes semi-novos, que seriam suficientes pros mosquitos não me carregarem. Tudo certo, certo? Erraaaaado!...
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Hit the road, Jack (ou não necessariamente)
Meu pai é campeão em me dar calote. Eu o adverti que precisava de mais dinheiro pra viagem, e nada... Situando: o vôo sairia no sábado. Eu e minha amiga iríamos pra São Paulo na sexta, passaríamos a noite na casa da tia dela. Logo, eu precisava comprar a passagem na quinta. Era cinco da tarde de quinta e nada... E as passagens acabando... Tentei comprar no cartão de crédito, mas ele não passou. ¬¬ O desespero invadiu o meu ser e eu andei em círculos por alguns instantes em pânico (não é bizarro eu ter comprado a passagem aérea, que era o mais difícil, e perigar não conseguir ir pra São Paulo, pra pegar o dito do avião?). Até que a razão voltou e eu me lembrei da minha amiga com o cartão de crédito infinito. Liguei pra ela, ela comprou a passagem pra mim e todos foram felizes para sempre.
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Cidade Maravilhosa
O ônibus saía às oito e pouco da manhã. A viagem ocorreu tranquila, sem sobressaltos. O caos começou quando chegamos em São Paulo, já que era quase cinco da tarde, aquele trânsito lindo. O desembarque era na Barra Funda, blergh. Acho o Tietê bem mais simpático. E lá fomos eu e minha amiga, carregando o mundo nas costas, andando pra cá e pra lá, tentando encontrar o maldito do embarque do metrô. Encontramos. O metrô chegou. Ela entrou. E eu não.
Isso fez com que eu mudasse completamente minhas considerações sobre o metrô. Quando conheci São Paulo, ano retrasado, o achei fascinante, limpo, rápido, moderno. Andar nele lotado fez com que eu revisse melhor meus conceitos. Num horário meio despovoado até o trem pra Santo Amaro é legal. Se bem que a Linha Vermelha é meio selvagem. As pessoas do Tietê são mais civilizadas. :P
Após pequenos sobressaltos, consegui entrar no metrô (e, principalmente, vencer a massa de criaturas sedentas por um lugar no vagão que vinham na minha direção e sair). Nos encontramos na estação combinada e continuamos nossa peregrinação pela Paulista. Mais uma vez, desilusão: com duas malas pesadas e a calçada molhada e escorregadia, ela não me pareceu tão bonita e grande assim.
Chegamos na casa da tia da minha amiga (eu com as costas e as mãos doendo, e com um pedaço do meu dedo faltando, após enroscar a unha na alça da mochila), comemos, tomamos banho quente, dormimos numa cama macia, cientes de que seria nosso último contato com a civilização por um bom tempo.
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Olha lá o avião!
No dia seguinte a tia da minha amiga nos levou ao aeroporto (só de pensar em pegar o metrô de novo minhas costas doíam). Se andar de metrô foi a emoção mais intensa da minha vida, aos 18 anos, vocês não queiram imaginar o que foi eu estar na fila pro check-in.
No N passado o Airton estava lá. E dessa vez vimos o Alan no aeroporto. Consegui conter meu impulso interiorano e NÃO fui falar com ele. Mas se o Marcos Mion estivesse lá... [suspiro]
Minhas impressões a respeito desse maravilhoso meio de transporte ficarão para outro dia. Esses posts já estão terrivelmente gigantescos.
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Isso aqui tá mais comprido que a Malhação (aliás, uma das grandes provas de que estou ficando velha é que eu me lembro do que havia na Globo antes da Malhação!).
Continua

domingo, 27 de julho de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Parte I

Tudo começou quando um certo dia cismei de me inscrever para trabalhar de monitora no N Design. Duas breves explicações:
N Design: Encontro Nacional dos Estudantes de Design, promovido por comissões de estudantes de design, em sedes eleitas no encontro do ano anterior. Com duração de uma semana, reune estudantes dos recantos mais distantes do Brasil, para atividades acadêmicas tais como palestras, oficinas, mesas redondas, festas regadas a bebidas baratas e orgias, etc.
Monitor: trabalhador voluntário que é selecionado para ajudar no evento, realizando pequenas tarefas tais como orientar os encontristas, carregar material, auxiliar os oficineiros e o que mais for solicitado. Ganha, totalmente digrátis, a inscrição para o evento, a alimentação e um lugar no camping.
Tendo em vista o lugar da realização desse N - Manaus, Amazonas -, minha única oportunidade de ir seria ser selecionada para monitora. Assim eu economizaria uns R$150 (valor total dos itens citados acima), e como a passagem para lá já seria cara por demais, todo o dinheiro economizado era valioso.
Quando as inscrições para monitoria abriram, enviei o formulário de inscrição, toda alegre e esperançosa. Uma amiga minha, que já é mestra em trabalhar em encontros, mandou também.
No fim de abril saiu o resultado. Minha amiga foi chamada e eu não. Minhas esperanças foram por água abaixo. Mas eu devia me lembrar que comigo nem sempre as coisas são tão fáceis e don't stop believin'.
No meio de maio recebo um e-mail da organização perguntando se ainda queria ser monitora. Ora, mas que dúvida! Detalhe: o N começava dia 1º de junho, eu tinha três semanas pra me organizar. Como eu cismei que iria, então tudo teria que dar certo de alguma forma.
Aí começou a novela eterna das passagens de avião.
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Livre para voar (ou não necessariamente) - Parte I
Minha amiga me disse que as promoções boas de passagens ocorrem nos fins-de-semana. Só que eu tinha apenas DOIS fins-de-semana antes da viagem! Óquei, óquei. E o fim-de-semana imediatamente após a convocação eu perdi, já que meu pai não tinha ainda dinheiro pra me dar.
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Livre para voar (ou não necessariamente) - Parte II
Só para situá-los: o valor de passagem mais razoável que eu achei para o trecho São Paulo - Manaus (os preços partindo de Londrina ou até mesmo de Curitiba eram impraticáveis) era de R$619 cada uma, pela Gol.
Aliás, o pessoal da Gol é legal. Tem o leilão de passagens da Gol às terças de noite, mas seria muito difícil eu encontrar justamente as passagens dos dias que eu precisava. O preço era convidativo, valor inicial de R$300 ida e volta, mas como não havia passagens para os dias que queria, tive que deixar passar.
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Livre para voar (ou não necessariamente) - Parte III
Ainda havia uma agência de turismo, contratada especialmente para o N, que fazia uns descontos muito interessantes para os participantes do evento. Mas as chances de sair uma promoção nos dez dias anteriores ao evento eram pequenas, e de fato não saiu.
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Livre para voar (ou não necessariamente) - Parte IV
Eis que chega o último fim-de-semana anterior à minha suposta viagem. Fiz plantão nos sites da Gol, da Tam e da Varig, em busca de uma promoção.
Eis que surge uma promoção ótima da Varig: passagens de ida e volta + taxas de embarque por R$440! Isso era um sonho! E lá fui eu efetuar a compra. Só que havia um detalhe: o pagamento era somente com cartão de crédito, e meu limite ínfimo de conta universitária de R$300 não daria conta nem a pau. Mesmo assim fui em frente, com a intenção de, no dia seguinte, choramingar pra alguma atendente da Varig.
E foi o que de fato fiz. As opções eram:
a) Tentar passar o cartão de outra pessoa, mas nem minha mãe nem meu padrasto estavam em casa, de qualquer forma acho que não ia passar mesmo (essa fábula ocorreu no fim-de-semana após o feriado de Corpus Christi, por isso estava na casa da minha mãe);
b) Ir a uma loja da Varig e passar meu cartão de débito (o pior de tudo isso é que eu TINHA o dinheiro na minha conta! Não é bizarro a gente ter dinheiro e não conseguir pagar?). Considerando que agora só há lojas em capitais, meu deslocamento até uma era completamente inviável;
c) Ir no Banco do Brasil segunda-feira e me jogar aos pés do gerente, suplicando por um limite maior no crédito, opção que minha mãe considerou inviável por eu não ter renda comprovada.
Ou seja: estava beeeem complicado.
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Livre para voar (ou não necessariamente) - Parte V
Enquanto isso, no site da Gol havia a promoção de R$619 a passagem de ida, e R$13 a de volta. Com taxas e tudo, ficou R$670. Não era a opção mais atraente, mas era a única. Pelo menos aceitavam débito em conta. E assim foi.
Na segunda-feira contei a história toda para minhas colegas de turma. E uma delas exclamou: "Por que tu não falou comigo, Dani? Meu limite é de quase R$1000!". Por um motivo bem simples, oras: achei que todo mundo tinha uma conta universitária fudida que nem a minha.
Guardem esse momento. Ele será importante mais tarde.
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Eu queria escrever menos, mas não consigo. Desculpaí. =P
Continua

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Math, science, history, unraveling the mysteries
That all started with the big bang
Barenaked Ladies - The History of Everything

domingo, 20 de julho de 2008

Catástrofes culinárias

A minha mãe sempre cozinhou bem. Não tenho do que reclamar. Mas, por algum motivo, isso não se estende à minha pessoa, naturalmente.
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Nunca tive intimidade alguma com o fogão, nem com qualquer outra fonte de chamas. Com muito sofrimento consigo acender um fósforo e tenho medo de isqueiros. "Um fogão elétrico não seria a solução ideal?", você me pergunta. E eu diria que sim, se o da minha mãe não desse choque.
Em algum momento da minha infância, minha mãe decidiu que eu já tinha suficiente autonomia pra preparar uma caneca de leite gelado: duas colheres de uma imitação barata de Nescau, duas colheres de açúcar, leite até completar a caneca, misturar bem e servir. Rende uma porção. Tudo bem. Essa era a solução do verão, no inverno minha mãe continuava esquentando o meu leite. Isso até o dia em que ela decidiu que eu já tinha suficiente autonomia pra fazer leite quente também! O que foi uma sucessão de desastres: uma vez ficava daquele jeito nem frio nem quente, insosso; da outra ficava muito quente e até esfriar criava nata, e eu tenho simplesmente horror a nata. Como minha mãe se manteve firme nessa posição, abdiquei do leite quente. A minha vó era boazinha comigo, esquentava às vezes, porque ela ficava louca me vendo, num frio de 5°C, tomar leite recém saído da geladeira. Ela dizia que eu ia me resfriar e blá blá blá.
Acontece agora que eu não posso nem sentir o cheiro de leite quente! No intervalo minhas colegas compram e eu tenho ânsias de vômito com o cheiro.
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Eu sou daquelas que se, minha mãe me manda arrumar minha própria comida, fica uma semana sem comer. Um dia isso aconteceu com a pipoca.
Quer coisa mais estúpida do que a pipoca? Só colocar um pouco de óleo, um punhado de milho, e pronto! Não no meu caso, claaaaro. Dois amigos meus estavam em casa e minha mãe se recusou a fazer pipoca pra gente. Sob protestos, peguei a panela tradicional da pipoca, coloquei todos os ingredientes na proporção correta e liguei o fogão.
Saiu tanta fumaça da panela que parecia que a casa estava pegando fogo. =P
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Meu futuro como integrante de república, até então, não parecia muito promissor. O que não mudou absolutamente nada.
No meu primeiro mês em Londrina, ano retrasado, o restaurante universitário (R.U. ou Bandejão, como preferirem) estava fechado para reformas. Eu morava numa pensão, mas as refeições não estavam incluídas. Tive que me virar. E esse "me virar" significava chegar em casa, fazer um sanduíche quente com queijo e um copo de suco de saquinho. Em dias de extravagância extrema, ir no Habib's e comprar três esfihas de queijo, que é o que eu aguento comer. Depois que as obras terminaram, continuei não almoçando no R.U., porque tinha que pegar senha e demorava cerca de uma hora e meia.
Resultado: quase tive anemia. =X E me vi obrigada, mesmo a contragosto, a ficar horas sentada no gramado do R.U. esperando.
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Não sei mexer no microondas. Na pensão eu devo ter o usado umas três vezes, pra esquentar uma esfiha ou um pedaço de pizza, mas foi só.
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Consegui estragar uma pizza pré-pronta, dessas da Sadia ou da Perdigão. Não faz muito tempo, minha mãe e meu padrasto saíram e eu fiquei responsável pela janta minha e do meu irmão. Acho que não descongelou direito, ficou parecendo um pedaço de papelão com queijo cru e torrado em cima, mas eu comi junto com um copo de refri de framboesa sem gás e não me fez mal até hoje. \o/
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A necessidade (e a eventual preguiça de andar uma quadra pra comprar um cachorro-quente) me fez ver que o Miojo também é uma opção viável de alimentação. E, por incrível que pareça, não deu errado ainda nenhuma vez. Ou isso significa que estou progredindo, ou quer dizer que não há ser humano estúpido o suficiente para errar um Miojo. :P


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How many times must I sell myself before my pieces are gone?
I’m one of a kind
I’m designer
Queens of the Stone Age - I'm designer

domingo, 20 de abril de 2008

Coisas que uma estudante de Moda não é - Parte II

Continuando com o trabalho do post anterior.
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Estudante de Moda não é dona de ateliê
Se você quiser um vestido pra ir numa formatura ou casamento, por favor tome vergonha na cara e vá numa costureira. Tudo bem, tem gente que gosta de desenhar roupas de festa, mas eu não, mas só porque eu estudo Moda as pessoas acham que eu já estou habilitada para isso.
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Estudante de Moda não é especialista em etiqueta
Não me pergunte qual a ordem dos talheres (é de fora para dentro, se não me engano), no que consiste um traje esporte fino, se se pode usar chapéu em casamento ao ar livre à tarde, essas coisas. As pessoas que estudam Moda podem naturalmente se interessar por isso e aprender, mas não está na nossa grade curricular, de jeito nenhum. Nossos exemplos de sucesso na profissão não são Gloria Khalil ou Constanza Pascolato.
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Estudante de Moda não é louca
A esmagadora maioria da população, num levantamento rápido, acha que a gente passa anos enfiadas numa sala de aula para fazer roupas pro SPFW e nos perguntam: "Quem vai usar aquilo?". Aí acham que é uma perda de tempo estudar pra depois fazer roupas de plástico e arame. Cristo, não é assim que as coisas funcionam! Só estilistas renomados fazem aquilo, e obviamente que eles possuem uma linha de roupas "usáveis", por assim dizer. Grande parte de nós não vai chegar a fazer aquilo (eu, particularmente, não faço muita questão).
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Estudante de Moda não é folgada
O nosso curso, teoricamente, é matutino. Mas devido ao acúmulo de atividades (já que temos dez matérias por ano e toda professora acha, rigorosamente, que nós só temos a matéria dela e nos entope de trabalhos, fora os projetos interdisciplinares), o curso se torna, vespertino, noturno (como se chama algo referente à madrugada? Bom, é isso aí também)... Já passei mais de doze horas na universidade finalizando tarefas. Resultado: final de semestre estamos todas viradas nuns bagaços, com olheiras quase até o nariz. Fora crises de choro, estresse, gastrites, resfriados que não acabam nunca, dores pelo corpo, essas coisas. Uma colega minha teve até febre escarlatina ano passado!
Ou seja, se você acha que é só oba-oba, assistir desfiles e discutir a semana de moda de Paris, esqueça.
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Estudante de Moda não é gay
Tá, mentira. Há casos de héteros, há gays assumidos e há aqueles que a gente pode passar dias discutindo "será que ele é? Será que ele é?". Eu, particularmente, gosto muito da minha mão e não a colocaria no fogo por ninguém, não. =P
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Em breve:
O que diabos faz um designer?
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Nota nadavê com o post
Continuamos na atividade.

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À fleur de peau ils sont si bien
Une réaction instantannée
Au moindre contact humain
Je les sens pointer leur nez
Yelle - 85A

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Coisas que uma estudante de Moda não é - Parte I

Esse é um post de utilidade pública. Visa esclarecer algumas coisas para: quem um dia pensou em fazer faculdade de Design de Moda; quem tem uma certa convivência com alguém que estuda Design de Moda; ou quem é apenas curioso.
Então vamos lá.
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Estudante de Moda não é modelo
Nunca falaram isso pra mim, embora já tenham mencionado que eu podia ser modelo (naonde, com meus ínfimos 1,67m, enfim), mas como algumas amigas relataram o fato, eu acredito. Porque as pessoas acham que moda sempre vai ter uma passarela com uma modelo vestindo uma roupa estranha, como se as roupas viessem do nada.
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Estudante de Moda não é costureira
Uma coisa que a minha professora de Tecnologia da Confecção sempre deixou claro para nós, no primeiro ano, é que a gente não precisava saber costurar bem, mas sim entender o processo. É claaaaaro que levaria dias para a gente explicar isso para as pessoas superlegais que aparecem: "Faz a barra da calça pra mim?", "Essa blusa tá larga, dá pra dar uma apertadinha?". Nessas horas sinto vontade de pegar meu desmanchador de costura/abridor de casas de botão e furar os olhos do ser até não poder mais.
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Estudante de Moda não é patricinha
Não, os nossos trabalhos não são olhar vitrines e voltar pra casa abarrotadas de sacolas, tampouco fazer resenhas de artigos da Vogue ou qualquer coisa que o valha. Porque tem gente que acha que quem cursa Moda é aquela guria consumista e que adora comprar roupas. Muito pelo contrário, estudantes de Moda são frequentadoras assíduas de brechós e gostam de fazer customizações sem muita verba.
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Estudante de Moda não é médium
As pessoas acham que para a gente criar basta apoiar a testa na mão e se debruçar em cima de uma folha de papel que as coisas aparecem, geralmente em forma de rabiscos incompreensíveis. Não tem nada a ver com inspiração divina: toda a criação provém de uma pesquisa extensa.
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O post ficou realmente gigantesco. É bem trabalhoso desconstruir mitos. =)
Continua

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If you were the floor, i'd wanna be the rug
And if you were a kiss, i know i'd be a hug
Barry Louis Polisar - All I want is you

p.s.: acabei de descobrir uma coisa fantástica: tem Dreamweaver no meu computador! Menos mal, porque eu achei mancada não ter mais o Frontpage no Office. Quem sabe agora eu consiga um template decente?

sábado, 5 de abril de 2008

Moda, quem precisa dela?

Apesar de ser uma estudante de Design de Moda, eu sou contra imposição de tendências. Tipo, fulaninha tá usando tal coisa na novela e todo mundo começa a usar, por exemplo. Muitas vezes, são coisas horríveis. Como naquela novela lá que eu não me lembro o nome, em que a Deborah Secco usava meinhas com sandália plataforma. How bizarre, credo!
Parece estranho me revoltar contra algo que fará parte da minha vida no futuro (ou melhor, já faz, com os trabalhos que preciso fazer pra faculdade). Primeiramente, queria deixar claro que sou contra Certo/Errado. A não ser, é claro, quando são dadas dicas elementares que algumas pessoas insistem em ignorar, como "listras verticais alongam, listras horizontais engordam", coisas assim. Agora, quando dizem que, sei lá, sandália rasteirinha tá por fora, o negócio agora é salto fino, eu penso: dane-se, ué! Desde que a pessoa use algo que a faça se sentir bem, tudo tá valendo.
Claro que a vida real não é assim tão bonita. Voltemos ao ponto de partida, uma reles estudante de Design de Moda. Saber das tendências é importante? Para nós, profissionais, sim. Porque, apesar de algumas pessoas não gostarem, o grande público ainda é muito apegado ao que todo mundo tá usando. Se esse ponto de referência for algum lugar do outro lado do oceano, tanto melhor. Isso não quer dizer, necessariamente, que as pessoas andem todas iguais. Porque, se você analisar bem, verá que tudo é moda, só algumas coisas eventualmente estão mais em evidência do que outras.
Aliás, esse troço de tendência também limita um bocado a nossa vida, ainda mais se você mora numa cidade do Interior. É aquele negócio: se a moda da estação é calça de boca larga, você não acha calça ajustada em lugar algum, e vice-versa. Isso sempre me irritou bastante, o que me faz me voltar ainda mais contra a moda em si.
A indústria da moda por vezes é cruel, instigando as pessoas a trocar seu guarda-roupa a cada seis meses, ou menos. Mas tem pessoas como eu que não caem nessa conversinha mole não. Então falando assim como amiga que só quer o bem de vocês, digo: ninguém precisa do editorial de moda pra viver, nem de desfiles, nem de coisa alguma. Faça o que você quiser, tenha o seu estilo e boa sorte!

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Come on kids, don't be scared
It's a tits and ass world you gotta be prepared
George Michael - Freeek!

domingo, 30 de março de 2008

Você acredita em coincidência?

Sim, eu acredito. Mas chega uma hora em que a coincidência passa pro plágio descarado. Caso do clipe D.A.N.C.E., do Justice, e do seu sucessor, Good Life, do Kanye West. Quando vi o Good Life a primeira vez achei muito parecido com o do D.A.N.C.E., parecido até demais pro meu gosto. E depois que o Kanye West falou mal do Justice na entrega de um prêmio (fonte: Felipe Solari no "Minuto VJ"), isso me cheirou a despeito.
Vamos aos indícios. Eu não acho que o fato por si só de o clipe do Kanye West também possuir animações gráficas seja um problema, até porque eu adoro. Mas, existem várias maneiras de fazer algumas coisas, entre elas clipes de animação. O estilo do clipe é semelhante, além de algumas cenas serem iguaizinhas. Esse post será ilustrado com algumas delas. E viva o Print Screen.
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Eu achei todas essas mãozinhas estranhamente parecidas. A diferença é que as do clipe do Kanye West são coloridas, mas elas levantam e se mexem do mesmo jeito.
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Por favor, não duvidem da minha inteligência. Essas duas mulheres são iguaizinhas! Mais uma vez, a diferença é sutil: no clipe do Justice, ela mexe o braço, no do Kanye West, a perna. No do Justice ela também aparece um pouco mais. Tem como negar a semelhança?
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Fiquei um tempo caçando pra ver se achava os olhinhos do Justice ali do lado. Não estão, mas bem que poderiam estar.
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Esses são só alguns exemplos, os mais óbvios. Se vocês observarem bem verão que, no geral, a semelhança está aí. E eu resolvi compartilhar isso com vocês porque não tinha nada de melhor pra fazer.
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Nota nadavê com o post
Tamo na atividade.

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Just easy as A.B.C.
That's how you make it right
Justice - D.A.N.C.E.

domingo, 23 de março de 2008

Existe vida além da internet?

O assunto é: supomos que um belo dia alguém resolve banir a internet para todo o sempre das nossas vidas. Tipo, MSN, Orkut, download de músicas e adjacências acabam num estalar de dedos. Dá pra viver assim? Sim, dá. Bem, pelo menos em termos.
Vejamos o meu caso (me considero quase uma dinossaura com 20 anos). Sabe quando a internet passou a fazer parte da minha vida? Aos quinze anos! E eu vivi perfeitamente bem até lá (embora tenha que admitir que estou melhor agora). Trabalhos escolares? Minhas professoras ainda aceitavam escritos à mão no Ensino Fundamental. Wikipedia? Pra quê, quando se tem a Enciclopédia Barsa inteira à disposição? (se bem que, no computador, era só colocar o CD da enciclopédia, copiar e colar no Word, bem mais fácil...) Música? Ainda existe CDs à venda nas lojas, sabia? Amizades? Er... Prefiro as virtuais, mas isso não vem ao caso agora (isso já foi elucidado em outro post).
Em termos de comunicação com as pessoas, e-mail, scrap, MSN, são maneiras bem mais práticas de entrar em contato, além de elas, em si, serem de graça. Mas quem resiste ao ouvir a voz do outro lado da linha, chorando e rindo com você? Quem vai negar que cartas manuscritas são bem mais charmosas e transmitem muito mais emoção? Eu, particularmente, as acho lindas, mas não adoto esse método porque ninguém mais gostaria, a não ser que eu mandasse cartas pra mim mesma. =P Acho que amizades à distância não são mais fáceis de manter por causa da internet, só acho que as pessoas precisam se esforçar menos, o que acaba as estimulando mais. Mas assim, por falta de opção, quem sabe o povo não deixava de ser pão-duro na hora de fazer interurbanos ou preguiçoso na hora de andar até o correio?
Será que os jovens iam se voltar mais aos livros, na falta de fóruns do Orkut pra xeretar? Ah, sei não... Essa molecada kiii iscreveeee asim com certeza ia achar outra coisa pra fazer. Ah, se pelo menos lessem os gibis da Mônica... Esse assunto da decadência ortográfica do jovem brasileiro me interessa muito, mas infelizmente vai ter que ficar pra outro dia.
Como a gente ia ficar sabendo do que acontece no Brasil e no mundo? Difícil. Os jornais e as revistas impressos ainda estão aí pra quem quiser, só que é beeeem mais fácil entrar num portal de notícias e dar um clique aqui, outro ali. Não sou assim a pessoa mais informada a respeito das coisas gerais, já que desde que saí de casa nem o Jornal Nacional assisto mais (tá, eu sei que não é assim uma grande referência, mas ainda é ligeiramente melhor do que assistir Domínio MTV, né?), e admito que sem internet minha situação seria ainda pior. Sem contar que tem coisas que só o Google é capaz de fazer por você. Ou seja, nessa parte não consegui encontrar um substituto satisfatório.
Conclusão: seria difícil, mas pra tudo se dá um jeito. Só mais uma coisa: será que eu subiria pelas paredes, de tanto tédio? Não, não enquanto houvesse as revistas de Desafios de Lógica e de Problemas de Lógica da Coquetel. O que, de longe, é mais construtivo do que fuçar tópicos em comunidades, algo que vem tomando muito do meu tempo ultimamente.
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Nota nadavê com o post
Se quiserem, podem dar uma olhada em algo que eu insisto em chamar de fotolog.

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No need to ask my name
To figure out how cool I am
Justice - DVNO

domingo, 16 de março de 2008

I've got punk'd

Estava eu, calmamente, assistindo a programação da MTV em Obras quando começa a passar esse clipe (assisti-lo é fundamental para a continuação desse post). Quase caí para trás. Comassim, Snoop Dogg? Não sabia que a carreira dele tinha começado em 1981, data máxima que dou para esse clipe. Ele tem todos os indícios para ser um clipe mais-do-que-velho: a imagem granulada (tipo de fita cassete velha, sabe?), as roupas, os penteados, os (d)efeitos especiais, e ainda aquele tecladinho bizarro! A imagem espelhada é um negócio muito anos 70/80, que até que vem aparecendo de novo com uma frequência que não sei explicar. Meu, aquela parte das camas voando por cima da Terra é a melhor! E a que confirma, de uma vez por todas, minha teoria.
Claro que eu não parei pra pensar nem por um minuto por que foram desenterrar um clipe tão velho, e por que ele tava passando mais vezes do que era de se esperar para algo antigo. Só me passavam coisas como: "Puxa, o Snoop Dogg sempre foi feio", ou "Não sabia que ele tava aí na atividade há tanto tempo".
Corta. Dias depois, estava no carro de uma amiga e ela liga o rádio. Começa a tocar "Sensual Seduction". Meodeos, só pode ser perseguição! Segue o diálogo:
Eu: Ei, eu vi o clipe dessa música na MTV, é mó velha! O clipe é tosco e talz.
Ela: Mas ela começou a tocar na rádio agora.
Eu: [cara desaparece e fica um pirulio escrito "Sucker" no lugar]
Corroída pela dúvida, quando chego em casa resolvo pesquisar. E, de fato: o clipe é single de um CD que vai ser lançado esse mês e blá blá blá. Puxa vida, tio Snoopy me enganou direitinho!
Se eu gostei do clipe? Sei lá. Eu fiquei com tanto, mas tanto ódio de mim mesma por ser tão idiota, que nem tive tempo de pensar a respeito, humpf. Mas aprendam, crianças: nunca acreditem totalmente no que seus olhos vêem. Ainda mais quando for algo vindo da MTV.

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Instead of dancing alone, I should be dancing with you
She wants revenge - Out of control

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sexo + amor = felicidade plena, bah ¬¬

Sempre fui uma feminista convicta. Acho que o que vale para homens vale para mulheres também, e vice-versa, por que não? E um dos pontos que defendo é o direito de fazer sexo na primeira noite (ou dia, dependendo do caso), desde que você esteja a fim e tome todas as precauções necessárias.
As mulheres são tidas como seres mais sensíveis, associando o sexo ao amor e talz. Bobagem. Frescura. Durante todos os séculos de repressão feminina, essa era a única saída, já que elas eram tidas como uma mercadoria, essas maravilhosas máquinas de fazer bebês. [/MTV] A virgindade, a docilidade e a submissão aumentavam seu valor no mercado matrimonial, uma vez que o casamento era a finalidade de toda uma vida.
Ótimo. Aí o tempo foi passando e direitos foram adquiridos, como o de trabalhar fora, o de não casar virgem, todas essas coisas. Só que é tudo gradual, não é alguém que acorda um belo dia e decide: agora as mulheres já podem transar antes do casamento que tá beleza. E nessa evolução lenta (lenta até demais, acho eu) das coisas, chegamos ao sexo no primeiro encontro.
Para isso, não posso deixar de admitir que as meninas e mulheres precisam ter uma segurança psicológica bem grande. Afinal, não é de uma hora pra outra que a gente abandona o pensamento de sexo = amar perdidamente uma pessoa, que nos é enfiado goela abaixo desde a infância. Os homens, pelo menos a maioria deles, já assimilou o pensamento de que o bom mesmo é sair e comer geral, só a gente que fica com essas de “Aimeudeus, eu tô morrendo de vontade, mas eu conheci ele hoje, não posso ser tão fácil assim!”.
A grande questão é a de parecer galinha, muito fácil, de não se valorizar, de se sentir usada. Vamos combinar que essa de se sentir usada não cola, né? A não ser que você seja uma boneca inflável e fique ali, parada, esperando ele fazer tudo. Se você não está sendo forçada a nada está aproveitando também, e se está sendo bom melhor ainda! Ou pense que você está “usando” o menino também, pode ser divertido. =D
Algo que atormenta a mente de várias meninas é a expectativa do que será o “depois”. O que eu acho bobagem também. Afinal, só porque você deu pro cara vai querer um pedido de casamento e um anel de brilhantes? Conforme-se, muitas vezes simplesmente não há um “depois”. Nada. Nem um SMS, nem um scrap, nem um e-mail. Aí você vai ficar choramingando num canto por causa disso? Digo isso porque isso já me aconteceu muitas vezes, e me perguntem se eu estou traumatizada. =)
Bom. Isso é mais ou menos o que eu penso. Pra encerrar, só uma perguntinha: se essa história de transar no primeiro encontro há alguns tempos era amplamente difundida entre os homens e não entre as mulheres, eles transavam com quem? o.O

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No one here wants to fight me like you do
Metric - Combat baby

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Amigos virtuais, amizades bem reais

É um pouco estranho falar isso, mas digamos que a internet mudou a minha vida. E pra melhor, ainda bem.
A internet entrou na minha vida aos 15 anos. E junto com ela veio as salas de bate-papo, o ICQ (meudeus, como eu tô velha!), os blogs e o MSN. Com meu antigo blog [/propaganda pessoal] conheci uma pá de gente legal, com quem rolou uma grande identificação, madrugadas afora pelo ICQ/MSN. O fato de elas estarem geralmente há quilômetros de distância se tornava praticamente irrelevante, porque o legal de uma amizade é a gente desabafar, dar palpites/conselhos, fofocar, essas coisas. Isso pode ser feito tanto numa mesinha de bar quanto na frente de um computador, né não? Tá certo que ao vivo é mais emocionante, mas o importante é a afinidade e a identificação e talz.
Aí numas tantas dá uma vontade de encontrar a pessoa assim, ao vivo e a cores. Dependendo da distância geográfica e da verba disponível, isso é possível. Só que depois de tantos casos mostrados no "Jornal Nacional", bate um medinho da pessoa com quem a gente conversa há séculos ser um psicopata. Claro que só mostra os dois ou três casos que deram errado, e os outros tantos que deram certo? Eu podia estar órfã a essas horas, já que a minha mãe conheceu meu padrasto via internet e passou quase dois anos se encontrando com ele todo mês. Agora ela mora com ele e nós somos uma família feliz.
Partindo-se do pressuposto de "Quem é a minha mãe pra me proibir de encontrar pessoas que conheci pela internet?", um belo dia resolvi que queria ir pra São Paulo encontrar alguns amigos, com quem já conversava há mais de um ano. E lá fui eu, enfrentar 1200 km e 17 horas de viagem de Ijuí à Cidade Maravilhosa Terra da Garoa. E querem saber? Foi suuuper legal! Vivi emoções intensas, tipo andar de metrô. E quando eu teria uma oportunidade dessas? Eu não ia ser louca de me largar sozinha pra lá, e nem minha mãe seria louca de deixar. E onde mais eu conheceria pessoas de São Paulo, senão pela internet? A não ser que eu encontrasse paulistanos fazendo turismo em Ijuí, algo altamente improvável.
Na minha modesta concepção, as amizades internéticas são ligeiramente mais sinceras do que as da "vida real", já que eventualmente você pode se aproximar de uma pessoa com um fim específico: entrar pra turminha dos "populares", conseguir favores, essas coisas. Quando o que mais importa são as palavras, esse negócio de interesse não faz sentido algum: você só vai falar com a pessoa porque se identifica com ela de verdade, porque gosta dela de verdade. Nessas horas, não importa as barreiras físicas: um amigo é sempre um amigo, pra gente dar risada ou pra chorar no ombro, mesmo metaforicamente.

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And when I walk into the room, people stop and stare
It’s like nobody else is there
You know it’s me not you
Who said anything about you?
The Veronicas - Popular

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Je parrrrrle un pê de frrrrrrrrancé

Cenário: aula de francês.
Colega fala para professora: Um dia eu vi uma entrevista no Jô, de um cara francês, e era legendada. Tinha várias palavras que a gente já conhece, só que ele falava diferente.
Eu: Deve ser o francês britânico.
Minha amiga, que divide apartamento comigo: Hauhauhauhauahauha!
Um comentário cretino só tem graça com uma platéia fiel.

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L'amour n'est pas que dans les chansons
Poupée de cire poupée de son
Belle and Sebastian - Poupée de cire, poupée de son

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Daniela foi pro mar

A autocrítica das pessoas pode ser razoavelmente medida pelo tamanho dos seus trajes de banho. E eu constatei que muitas pessoas não têm autocrítica. Mas eu tenho.
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Dessa vez não fique de molho na água por horas e até temi algumas ondas. Poder ser que eu: a) agora seja uma pessoa suficientemente adulta para compreender algumas medidas básicas de preservação da vida, ainda mais quando se é um vivente que não sabe nadar; ou b) esteja me tornando uma medrosa que nem minha mãe.
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Eu tenho horror de biquíni de amarrar. Sempre acho que a próxima onda irá levá-lo. E digamos que não é nada confortável ter que ficar na água prestando muuita atenção no biquíni.
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E eu até tinha pensando em outras coisas legais/interessantes pra escrever, mas deve ter entrado água salgada no meu cérebro e eu esqueci. =F

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And it's one for the Dagger and another for the one you believe
The Fratellis - Chelsea Dagger

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Sobre os ídolos da nossa juventude

Tenho que confessar que fui uma adolescente primitiva, uma vez que não pegava MTV na minha casa. Só fui conhecer todas as possibilidades desse maravilhoso canal ano passado, aos 19 anos (um dia vocês vão perceber como eu tenho facilidade de me deslumbrar com coisas banais. Como o dia em que andei de metrô pela primeira vez, mas isso não vem ao caso). Mas tudo bem.
Quando fazia curso de inglês, eventualmente antes da aula eu assistia o Uá-Uá, com o Marcos Mion e a Didi (eu tinha 13 anos, façam as contas). Não me lembro o que eu achava do Mion na época. Não devia ser nada muito importante, já que não me lembro. =P E eis que ele foi pra Band.
Não sei se vocês se lembram do Descontrole, que depois, por uma série de motivos, virou Sob Controle, uma droga. Eu não perdia um. Pra mim ele era perfeito, lindo, gostoso, etc. Quando ele fez o ensaio pra Revista TPM dei um jeito de comprar. E ficava babando por muito tempo. Mais ou menos nessa mesma época eu tinha comprado um álbum de figurinhas do Harry Potter e a Pedra Filosofal, então digamos que essa foi uma época problemática da minha vida. Não estou brincando: até entrei em um pequeno atrito com minha professora de português, que me adorava, porque ela mandou a turma fazer uma redação sobre a novela O Clone. A gente tava discutindo alguma coisa da novela, não me lembro se a clonagem em si, ou os muçulmanos, tanto faz. E como eu faria uma redação sobre como o tal assunto era abordado se eu não tinha assistido nem a dois capítulos sequer? O melhor que pude fazer foi entregar uma pseudoresenha que eu escrevi sobre as mudanças ocorridas no Descontrole, que eu até mandei pra Capricho. A professora era legal e gostava de mim, com um pouco de relutância aceitou minha redação.
Só que assistir todos os dias, fielmente, não bastava. Como eu vivia numa era pré-internet, a comunicação ficava difícil. Mas vejam a minha sorte: ele era colunista da Capricho! Como eu já estava acostumada a escrever cartas pra redação, escrevi uma, pedindo que fosse gentilmente enviada a ele. O que recebi foi uma carta padrão do fã-clube e um cartão postal. Tudo bem, pelo menos eu não havia sido ignorada.
Claro que eu ainda não estava satisfeita. Num dos momentos de ociosidade durante a aula de marcenaria que eu fazia, na oficina da escola, pensei: por que não fazer algo mais "concreto", por assim dizer? E lá fui eu catar um pedaço de madeira decente, corte, lixei e fiz um desenho com o pirógrafo (um pirógrafo é mais ou menos isso, fiquei com preguiça de procurar uma imagem melhor). E lá fui eu pros Correios, implorar pra moça do guichê mandar o pedaço de madeira, mais ou menos do tamanho e peso de uma barra de chocolate, como uma carta simples, porque o Sedex era caro demais.
Dias depois recebo a mesma carta padrão do fã-clube, dizendo que encaminhariam o presente pra ele. E mais um cartão postal, idêntico ao anterior.
Até hoje me pergunto o que ele teria achado. Ficou bonitinho, escrevi até uma mensagem atrás. Mas isso talvez eu nunca saiba. O que não me impede, evidentemente, de babar por ele no Mucho Macho. E acalentar o sonho utópico de que um dia ele fizesse um "Baranga Esperança" no Calçadão de Londrina e me perguntasse se eu preferia o Tiozão, o Mionzinho ou o João Rossi, pra eu poder dizer: "Eu prefiro você". ^.^
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O assunto da pauta essa semana é a Britney Spears. O que eu vou dizer sobre ela? Que eu gostava de "Baby one more time" e "Stronger" e, depois de trabalhar muito a minha consciência, consegui admitir que gosto de "Toxic" também. E eu não consigo imaginar o que pode ter levado ela a enlouquecer desse jeito. As pessoas engordam, todas as pessoas podem engordar um pouco um dia, mas um mínimo de bom senso, pelamordedeus! Não é só porque ela foi a deusa do pop, com calças ultrabaixas e tops minúsculos, que ela precisa ser assim sempre. Custa muito colocar uma blusa com mais de um palmo de comprimento? As pessoas, às vezes, definitivamente não colaboram.
Vi na Veja da semana no Natal que a irmã dela, de 16 anos, está grávida de um moleque de 18 ou 19. Percebam que ela está a caminho de um futuro tão brilhante quanto o da irmã mais velha. =]

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Come with me, come with me
We'll travel to infinity
Klaxons - Gravity's rainbow