É um pouco estranho falar isso, mas digamos que a internet mudou a minha vida. E pra melhor, ainda bem.
A internet entrou na minha vida aos 15 anos. E junto com ela veio as salas de bate-papo, o ICQ (meudeus, como eu tô velha!), os blogs e o MSN. Com meu antigo blog [/propaganda pessoal] conheci uma pá de gente legal, com quem rolou uma grande identificação, madrugadas afora pelo ICQ/MSN. O fato de elas estarem geralmente há quilômetros de distância se tornava praticamente irrelevante, porque o legal de uma amizade é a gente desabafar, dar palpites/conselhos, fofocar, essas coisas. Isso pode ser feito tanto numa mesinha de bar quanto na frente de um computador, né não? Tá certo que ao vivo é mais emocionante, mas o importante é a afinidade e a identificação e talz.
Aí numas tantas dá uma vontade de encontrar a pessoa assim, ao vivo e a cores. Dependendo da distância geográfica e da verba disponível, isso é possível. Só que depois de tantos casos mostrados no "Jornal Nacional", bate um medinho da pessoa com quem a gente conversa há séculos ser um psicopata. Claro que só mostra os dois ou três casos que deram errado, e os outros tantos que deram certo? Eu podia estar órfã a essas horas, já que a minha mãe conheceu meu padrasto via internet e passou quase dois anos se encontrando com ele todo mês. Agora ela mora com ele e nós somos uma família feliz.
Partindo-se do pressuposto de "Quem é a minha mãe pra me proibir de encontrar pessoas que conheci pela internet?", um belo dia resolvi que queria ir pra São Paulo encontrar alguns amigos, com quem já conversava há mais de um ano. E lá fui eu, enfrentar 1200 km e 17 horas de viagem de Ijuí à Cidade Maravilhosa Terra da Garoa. E querem saber? Foi suuuper legal! Vivi emoções intensas, tipo andar de metrô. E quando eu teria uma oportunidade dessas? Eu não ia ser louca de me largar sozinha pra lá, e nem minha mãe seria louca de deixar. E onde mais eu conheceria pessoas de São Paulo, senão pela internet? A não ser que eu encontrasse paulistanos fazendo turismo em Ijuí, algo altamente improvável.
Na minha modesta concepção, as amizades internéticas são ligeiramente mais sinceras do que as da "vida real", já que eventualmente você pode se aproximar de uma pessoa com um fim específico: entrar pra turminha dos "populares", conseguir favores, essas coisas. Quando o que mais importa são as palavras, esse negócio de interesse não faz sentido algum: você só vai falar com a pessoa porque se identifica com ela de verdade, porque gosta dela de verdade. Nessas horas, não importa as barreiras físicas: um amigo é sempre um amigo, pra gente dar risada ou pra chorar no ombro, mesmo metaforicamente.
* * *
And when I walk into the room, people stop and stare
It’s like nobody else is there
You know it’s me not you
Who said anything about you?
The Veronicas - Popular
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