sábado, 23 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Edição Drops de Manaus, sabor tucumã com cupuaçu II

No primeiro dia conhecemos alguns guris, que pagaram a inscrição só pra poder ir nas festas. No segundo dia dois deles nos levaram em um tour pelo centro da cidade. Passamos por vários prédios históricos e talz, tiramos foto na frente do Teatro Amazonas, um programa bem turista.
E foi só. Não passeamos, fomos lá para trabalhar, não pra fazer turismo e isso não me chateou. Não vimos o Encontro das Águas, não entramos no Teatro, não fomos no ensaio da Festa do Boi, não fomos a nenhuma reserva indígena, nada que pessoas normais gostam de fazer pra tirar foto. Até porque, nem máquina tínhamos.
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Como toda turista, pretendia levar alguns souvenires para os amigos. Minha amiga que me emprestou o dinheiro da passagem pediu um cocar. Por mim, eu comprava um cocar de cada cor, já que ela merecia. Mas a verba estava curta e eu não visitei nenhuma feira de produtos típicos. E comprar nas lojinhas do aeroporto meio que desvirtua o processo, né não? (além de ser mais caro, claro)
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As festas: sim, dentro de todas as atividades acadêmicas mui construtivas, estão inclusas festas! Em lugares especiais, apenas para participantes do evento, sem nenhum custo para entrar (só as bebidas que não eram liberadas, mas também já era pedir demais, né?). É uma coisa linda, porque estão presentes pessoas de Norte a Sul, há muita interação entre as pessoas. (6) Sem contar que acho os designers seres especialmente apreciáveis, umas gracinhas. Pena que esse ano parecia que estava todo mundo irritantemente comprometido. ¬¬
Ou fui eu quem bebeu pouco. Ano passado (Florianópolis, SC) havia uma pinga de R$1 a dose. Misturada com o refri, que era R$2, proporcionava um drinque que alegrava por muito tempo. Já esse ano, os drinques mais baratos era R$4, e fraquinhos. Eu não estava disposta a torrar muito dinheiro com bebida. Ou seja, fiquei muito tempo sóbria, o que tira a magia da coisa.
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Se tem uma coisa que eu tenho horror nessa vida é carioca (minha opinião mudou um pouco depois que passei a ver o Marcelo Adnet, até então ele era o único que eu não sentia vontade de atacar com um lança-chamas). Mas nada como as adversidades da vida pra gente mudar de idéia.
Um grupo de cariocas mui simpáticos (!!!!) tinha uma mesa no meio do acampamento cheia de bebidas. No penúltimo dia, já irritada com a minha sobriedade constante, fui lá socializar com eles. E enchi a cara de Prushka (uma vodca muito vagabunda) com xarope de guaraná barato. Cheguei da festa sem nem saber meu nome direito (e muito menos me lembrar quem dançou comigo na megaquadrilha que houve - festa junina, que bonito!) e acordei com uma sede do capeta.
Quando estávamos no ritual de desmanche do acampamento um dos cariocas me ofereceu uma garrafa de Prushka fechada pra levar pra casa. Infelizmente não havia mais espaço na mala. :/
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Amazonas é quase uma outra dimensão. Tem até o fuso-horário diferente! O que me deixou comovida mesmo foi uma das minhas idas à cantina perto do acampamento. Estava olhando o freezer, eis que vejo uma garrafa de Grapette! Não sei se tem em outras regiões do Brasil, mas no Sul ela foi extinta para todo o sempre há anos. Minha mãe falou que ela tomava quando era criança, "Quem bebe Grapette, repete", essas coisas. Para alegrá-la um pouco, lhe levei uma garrafa, para relembrar os velhos tempos. =D
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Continuando com o intercâmbio de bebidas: um pessoal do Maranhão falou na comunidade que levaria a lendária tiquira. Além de provar tive que levar uma garrafa de recordação, claro. É álcool puro, nossa (isso que já tomei coisas beeem medonhas)!
Já que estamos no Maranhão, o Guaraná Jesus não poderia faltar. Já tinha ouvido falar muito dele e precisava provar senão teria um treco. Digamos que é bem... peculiar. Ainda não consegui decidir se gostei ou não.
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Saldo: uma semana dormindo menos de quatro horas por noite, num colchão inflável que murchava, tomando banho gelado (e meu cabelo virou um bagaço, já que estava sempre molhado de suor), correndo de um lado pro outro, conversando com pessoas do Brasil inteiro, trabalhando, me divertindo, livre das professoras malas...
Recomendo a todos os estudantes de design irem pelo menos uma vez, pra ver como é. Uma experiência única, podem ter certeza.
N Design Pernambuco 2009, aí vou eu!

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Boys just come and go like seasons
Fergie - Fergalicious

domingo, 10 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Edição Drops de Manaus, sabor tucumã com cupuaçu I

Lá é quente. Quente. Quente. Quente! Não estou brincando. É quase insuportável para alguém que veio dum lugar em que costuma gear. Senti o ar quente e abafado típico de lá assim que coloquei o nariz pra fora do aeorporto e saí dos domínios do ar-condicionado.
A UFAM (Universidade Federal do Amazonas), local sede do evento, fica praticamente dentro da Floresta Amazônica. Isso não quer dizer que seja fresco. Poxa vida, cadê o vento nesas horas?
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Não importa a hora em que a gente tomasse banho, a gente já saía pingando suor. Achei que ia morrer tendo que tomar banho gelado nos vestiários por uma semana (pelo menos tinha separação entre os chuveiros e cortininha), já que ODEIO banho gelado, mas até que foi uma bênção.
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A lona sobre nossa barraca acabou se revelando uma idéia nem tão boa assim. Em primeiro lugar, a lona era preta, o que fazia com que a gente acordasse encharcada de suor antes das oito da manhã (já não bastasse o sol africano de lá, a lona preta fazia o favor de concentrar o calor ainda mais). Em segundo lugar, a chuva acabou entrando do mesmo jeito, pela telinha da porta. ¬¬
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Até que não era assim tão povoado de mosquitos quando imaginei. Não passei repelente nenhum dia, veja só! E também não peguei malária, nem febre amarela, nem dengue, nem um mísero resfriado se apresentou. Escapei até do surto de conjutivite (ao contrário da minha amiga), que começou no pessoal da organização e se alastrou pelos participantes. Isso que fiquei UMA SEMANA sem tirar as lentes de contato. Achei que elas adeririam para sempre às minhas córneas, mas consegui removê-las sem nenhum dano aparente à elas nem aos meus olhos.
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Geeeente, eu vi um esquilo! Achei que esquilos só existiam no Central Park. =P
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O almoço e o jantar eram bons. E o melhor era ser monitor e não pegar fila, e ainda zoar os outros (calculem: uma hora de almoço + pelo menos 500 pessoas querendo almoçar = uma fila nada modesta). Sim, eu não sou legal. :P
Os sabores de suco eram um tanto incomuns, pra não dizer bizarros: acerola (tá, eu conhecia acerola), caju (conheço o suficiente pra detestar), cupuaçu, tamarindo (eu jurava que só existia no Chaves!), e mais um outro que não há Cristo que me faça lembrar. Onde foram parar os sucos de laranja e morango?
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Acabou mas ainda tem. ;)

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This is just what you're looking for
Citizen Bird - Joy

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Parte II

Com a viagem 100% confirmada, começaram os preparativos de verdade. Barraca ok, a minha amiga que também ia conseguiu uma emprestada. E ela tinha um colchão de casal inflável recém-consertado, mas que dava pro gasto. Arranjei uma lona, pra garantir que as chuvas constantes da Amazônia não afetariam a integridade física da barraca e dos pertences contidos em seu interior. Troquei um frasco de colírio novo por dois repelentes semi-novos, que seriam suficientes pros mosquitos não me carregarem. Tudo certo, certo? Erraaaaado!...
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Hit the road, Jack (ou não necessariamente)
Meu pai é campeão em me dar calote. Eu o adverti que precisava de mais dinheiro pra viagem, e nada... Situando: o vôo sairia no sábado. Eu e minha amiga iríamos pra São Paulo na sexta, passaríamos a noite na casa da tia dela. Logo, eu precisava comprar a passagem na quinta. Era cinco da tarde de quinta e nada... E as passagens acabando... Tentei comprar no cartão de crédito, mas ele não passou. ¬¬ O desespero invadiu o meu ser e eu andei em círculos por alguns instantes em pânico (não é bizarro eu ter comprado a passagem aérea, que era o mais difícil, e perigar não conseguir ir pra São Paulo, pra pegar o dito do avião?). Até que a razão voltou e eu me lembrei da minha amiga com o cartão de crédito infinito. Liguei pra ela, ela comprou a passagem pra mim e todos foram felizes para sempre.
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Cidade Maravilhosa
O ônibus saía às oito e pouco da manhã. A viagem ocorreu tranquila, sem sobressaltos. O caos começou quando chegamos em São Paulo, já que era quase cinco da tarde, aquele trânsito lindo. O desembarque era na Barra Funda, blergh. Acho o Tietê bem mais simpático. E lá fomos eu e minha amiga, carregando o mundo nas costas, andando pra cá e pra lá, tentando encontrar o maldito do embarque do metrô. Encontramos. O metrô chegou. Ela entrou. E eu não.
Isso fez com que eu mudasse completamente minhas considerações sobre o metrô. Quando conheci São Paulo, ano retrasado, o achei fascinante, limpo, rápido, moderno. Andar nele lotado fez com que eu revisse melhor meus conceitos. Num horário meio despovoado até o trem pra Santo Amaro é legal. Se bem que a Linha Vermelha é meio selvagem. As pessoas do Tietê são mais civilizadas. :P
Após pequenos sobressaltos, consegui entrar no metrô (e, principalmente, vencer a massa de criaturas sedentas por um lugar no vagão que vinham na minha direção e sair). Nos encontramos na estação combinada e continuamos nossa peregrinação pela Paulista. Mais uma vez, desilusão: com duas malas pesadas e a calçada molhada e escorregadia, ela não me pareceu tão bonita e grande assim.
Chegamos na casa da tia da minha amiga (eu com as costas e as mãos doendo, e com um pedaço do meu dedo faltando, após enroscar a unha na alça da mochila), comemos, tomamos banho quente, dormimos numa cama macia, cientes de que seria nosso último contato com a civilização por um bom tempo.
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Olha lá o avião!
No dia seguinte a tia da minha amiga nos levou ao aeroporto (só de pensar em pegar o metrô de novo minhas costas doíam). Se andar de metrô foi a emoção mais intensa da minha vida, aos 18 anos, vocês não queiram imaginar o que foi eu estar na fila pro check-in.
No N passado o Airton estava lá. E dessa vez vimos o Alan no aeroporto. Consegui conter meu impulso interiorano e NÃO fui falar com ele. Mas se o Marcos Mion estivesse lá... [suspiro]
Minhas impressões a respeito desse maravilhoso meio de transporte ficarão para outro dia. Esses posts já estão terrivelmente gigantescos.
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Isso aqui tá mais comprido que a Malhação (aliás, uma das grandes provas de que estou ficando velha é que eu me lembro do que havia na Globo antes da Malhação!).
Continua