quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Sustentabilidade nos olhos dos outros...

Se tem uma coisa nessa vida que me dá gastura é papinho ecologicamente correto. Não que eu não ache que seja realmente importante, mas tem hora que enche o saco. Tipo vegetarianos. Nada contra, cada um come ou deixa de comer o que quiser, mas não venha me azucrinar me repreendendo pelo meu bife ou dizendo que animais são amigos, não comida.
Numa dessas, o que mais me irrita são as campanhas para que a gente deixe o carro em casa e use o transporte público, ou ande a pé. Na qualidade de pedestre e pobre, digo: se eu tivesse um carro, mánemmorta que eu ia deixá-lo em casa pra enfrentar um busão/metrô lotado. É muito mais fácil falar do que fazer.
Exemplo prático: ano retrasado, quando estava no 3o. ano da faculdade, uma professora nossa propôs que pensássemos em atitudes sustentáveis. Tava aquela coisa bonita, do tipo recolher papéis usados na sala de aula pra encaminhar pra reciclagem, incentivar o uso de canecas no RU, pra não gastar copinhos descartáveis, etc. Papo vai, papo vem, lembramo-nos que essa professora morava no mesmo condomínio de outra professora nossa. Singelamente, sugerimos que elas fossem de carona uma com a outra para a universidade. Arrá!
Ela: Mas é que é complicado, a gente vai pra lugares diferentes depois da aula, blá blá blá...
Eu: Sabia que existe um negócio grande e amarelo [pelo menos em Londrina são amarelos] chamado ônibus?
Ela: [expressão de horror, seguida de uma discussão que não levou a lugar algum]
Tão vendo só? É tudo muito bonito quando não é com você! Passei 22 anos da minha vida sendo sustentável (minha mãe nunca teve carro, pois morávamos numa cidade relativamente pequena e nossa casa era perto da minha escola e do trabalho dela), assim que eu puder irei à forra! Usarei o carro até pra ir na padaria da esquina.
O uso mais intenso do transporte público poderia ser uma boa ideia se ele funcionasse. Não sei vocês, mas não acho nem um pouco interessante passar muitos minutos esperando pra pegar o ônibus, e quando ele chegar constatar que está cheio de gente fedorenta e sem noção. Sem contar que os trajetos costumam ser meio insanos, além da lerdeza por ser um veículo grande que para constantemente. Que tipo de pessoa minimamente racional vai trocar a alegria e comodidade de fazer um trajeto em 15 minutos para fazê-lo em cerca de uma hora (já contando as paradas e os atrasos)? Se eu pudesse escolher e dormir meia horinha a mais por dia, sem ter que me preocupar em me atrasar um minuto sequer, porque o próximo ônibus passará dali a 20 minutos, eu com certeza o faria.
Se depender de mim, morreremos todos sufocados pelo monóxido, dióxido, sei lá o quê de carbono. Mas morreremos felizes, dentro dos nossos carrinhos com ar condicionado. ;)
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Update: confiram amostras de egocentrismo gratuito e colorido aqui.

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This land is mine, this land is free
I'll do what I want but irresponsibly
It's evolution, baby
Pearl Jam - Do the Evolution

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Top 5 jogos do [adult swim]

O bloco de desenhos do [adult swim], que eu via quando passava no Cartoon Network e agora não sei onde anda, possui alguns dos desenhos mais sem noção que já vi. Quando a TV a gato de casa meique matou alguns canais, não pude mais assistir. Mas eis que me apresentam o site de jogos do [adult swim]! Desde então, minha vida de desempregada mudou, e para melhor.
Os jogos são retardados e muitas vezes não fazem sentido. Desisti dos jogos muito complicados, ou que exigiam demais da minha coordenação motora. Fora os que não carregaram. Escolhi alguns que mais gostei.
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Bible Fight
Eu gostaria de praticar mais esse jogo, mas meu talento para combos é sofrível (minha carreira de jogadora de Mortal Kombat no SNES não prosperou, isso que eu adoro o Sub-Zero). Mas pra quem tem um pouco mais de agilidade, recomendo. Os personagens jogáveis são Jesus, Eva, Maria, Moisés, Noé e Satã (e mais um personagem secreto, quem conseguir desbloqueá-lo por favor me conte qual é!). Os cenários para a luta são o Jardim do Éden e a Arca de Noé, por exemplo. Cada personagem tem alguns golpes específicos, relativos a sua história (Jesus causa uma chuva de peixes e ataca com uma cruz). Esse é um dos muitos jogos que me fez pensar que o pessoal do [adult swim] tem mesmo uma mente doentia.
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Dungeons and Dungeons
Algum momento da sua vida você pensou como seria um Castlevania sadomasoquista? Pois é. Você é uma mulher, que possui um pequeno companheiro, e sua arma principal é um chicote. Até aí tudo bem, se os seus inimigos não usassem máscaras de couro e não falassem "Ouch!", "Oh, yes" e "I like that" quando atingidos, por exemplo. Os itens a serem coletados também são bem inusitados: vela, pena, vibrador, e mais algumas coisas que não consegui identificar. Ao coletar-se 50 pérolas ganha-se uma vida extra. Pra quem gosta de jogos de plataforma, é uma ótima opção.
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Mountain Maniac!
Esse jogo imita o visual dos games em 8 bits, todo quadriculadinho, coisalinda. Pra que passou a infância toda na frente de um clone de NES, dá um gostinho de nostalgia bom. Você é um lenhador, ou algo parecido, acometido de uma raiva extrema. Sua missão é marretar a montanha, num momento de grande raiva, para assim produzir uma pedra imensa, que rolará montanha abaixo, destruindo tudo e todos. É só usar as setas para consuzir a pedra, destruindo o maior número de coisas possível. Mas cuidado com o Yeti!
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Pole Dance Hero
Olha, não sei dizer se aquele rumor de que ia sair um jogo de Pole Dance pro Wii é verdadeiro, mas enquanto a gente espera, dá pra ir jogando esse aqui. Ele tem a mesma jogabilidade de qualquer Guitar Hero produzido para Flash: só apertar as setinhas no momento certo. Mas, em vez de notas musicais, você coleta notas de dólar e moedas. Cuidado pra não errar muitos passos, senão a dançarina se espatifa no chão!
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Robot Unicorn Attack
Foi o primeiro jogo que conheci. E é tão... gay! Você é um unicórnio branco correndo por uma planície. Ele corre sozinho, seu único trabalho é fazê-lo pular e usar o Rainbow Attack, pra destruir alguns obstáculos. E ainda tem ao fundo uma música do Erasure (??!). É muito, muito simples, e aparenta ser infinito. Viciante.
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Aí quando eu canso desses joguinhos sem noção, volto para os bons e velhos puzzles da Superinteressante. Recomendo também. :D

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When it's cold outside
Am I here in vain?
Erasure - Always

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O que te traz aqui?

Um dia, por simples curiosidade, resolvi aderir ao serviço de estatística do Google Analytics, pra ver o que acontecia. Já vi diversos relatos de buscas bizarras que levavam a determinados blogs, então resolvi testar se isso realmente era verdade, e se aconteceria comigo. Aconteceu, e me divirto muito vendo.
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Percebi que diversas visitas são geradas através da busca por "estudante de moda" ou qualquer coisa do tipo. Os comentários também atestaram isso. O que, de certa forma, me deixa feliz, com a sensação de que estou fazendo um trabalho útil. Espero que alguns posts tenham realmente esclarecido algo para aqueles que pensam em estudar Moda, porque eu mesma entrei no curso sem saber direito do que se tratava. Não que me preocupe em escrever algo realmente útil, já que sou egocêntrica e escrevo coisas que me interessam, mas se isso fizer parte do combo, tanto melhor.
Agora vamos para o lado bizarro da coisa.
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gatas ijui; gostosas de ijuí; garotas encontro ijui; orgias em ijui so estudantes em 2007; pesoas pra fazer sexo em ijui
Pessoalzinho pervertido esse. Quando eu morava em Ijuí não era tão divertido assim. o.O Pensando bem, quando morava em Ijuí eu era uma loser sem amigos, tampouco vida social, então deixa pra lá.
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"como roubar o namorado de outra"
Olha, bem que eu gostaria de saber. Porque eu e minha amiga que morava comigo éramos uma espécie de "amuleto", tipo naquele filme, Maldita Sorte. Sério: a gente ficava com um cara e, ou ele já tinha namorada, ou voltava pra namorada, ou arrumava uma namorada completamente aleatória. Se eu soubesse "roubar" (até o ponto em que pessoas dotada de livre arbítrio podem ser roubadas) homem dos outros, quem sabe fosse mais feliz.
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andre reis atendente oi quebra pau
Caso alguém AINDA não conheça ou tenha ficado com preguiça de ver, o vídeo é esse. Mas até onde me consta nunca o mencionei aqui. o.O
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como esquentar uma pizza ou esfiha na frigideira
Não sou a melhor pessoa pra dar dicas de culinária, vide esse post. Não quero ser culpada pela intoxicação alimentar de ninguém.
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como fazer grade horaria falsa
Há buscas semelhantes a essa. Só porque o nome do blog é "A Falsa Designer" as pessoas acham que sou uma extelionatária em potencial? Se eu soubesse falsificar coisas, me especializaria em falsificar notas de R$100 e/ou assinaturas em cheques e já estaria rica.
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estudante de moda se chama design ou designer
Esclarecendo de uma vez por todas: DESIGN é a atividade; DESIGNER quem a executa. Qualquer cursinho de inglês de esquina ensina isso, até as aulas em escola pública: paint/painter, sing/singer, teach/teacher, e assim por diante.
Como bem expressado na camiseta da turma de Design da UTFPR: "Quem faz designer é a mãe!".
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eu queria uma maquina de fazer esfiras pelomenos 500 por horas
Eu também. Assim não precisaria NUNCA mais colocar meus pés no Habib's, que lugarzinho horrível.
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festas com orgias sp $$1000
Não sei onde tem, mas quem souber me chame. (6)

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You say I'm Crazy, I got you crazy, you're nothing but a womanizer
Britney Spears - Womanizer

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Eu volteeeeii, pras coisas que eu deixei...

Pois é. Tanto tempo sem escrever. Um pouco por tédio, um pouco por coisas pra fazer demais. Mas já que estamos por aqui, vamos falar de um post simpático que circulou hoje pelo Twitter (segue eu!), 50 razões para não casar com um designer gráfico. Vou comentar algumas aqui.
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18. Todos odeiam a fonte “Comic Sans” (e amam Helvetica).
É sério, gente. Toda vez que você usa Comic Sans, um designer morre na Alemanha. Não é difícil de entender a razão de ser do movimento Ban Comic Sans. Ela um dia teve um propósito, que foi (e é, diariamente) vilmente distorcido por todos os leigos. QUEM nunca recebeu aqueles e-mails bregas, com imagens bonitas e um MIDI distorcido ao fundo, todinho escrito em Comic Sans? Ou cartazes, panfletos, etc. Tenho que me controlar muito para não ter um AVC.
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19. Tomam bebidas de qualquer espécie apenas porque gostam da embalagem.
O que me dá mais desgosto em refrigerantes baratos, por exemplo, não é nem o fato de parecer que caíram dois quilos de adoçante dentro da garrafa. É que todos eles tem uma embalagem absolutamente horrível. Poluída em todos os sentidos: fontes que se misturam numa grande orgia, total ausência de hierarquia nas informações, efeitos de gotas, enfim, vocês entenderam. Daí vem a Aquarius e ganha prêmios com aquela embalagem cilíndrica simprona. O mundo é um lugar justo, às vezes.
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21. Roubam cartazes de shows e eventos e te fazem passar vergonha.
Eu tinha uma coleção grande de cartazes e flyers de festas de república. Adoro pegar cartazes de eventos também. Ainda hei de forrar minha casa INTEIRA de cartazes, não me importa o que isso me custe.
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36. Eles gostam de camisas com estampas e alguma brincadeira sobre algo atual ou muito retrô.
O que basicamente me fez entrar na faculdade de Design de Moda foi a minha paixão incondicional por camisetas. Espero que isso tenha explicado bastante.
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1. Não pode ver um folder com verniz localizado sem ficar o tempo todo passado o dedo em cima.
Isso até EU faço. E não sou gráfica propriamente dita. Mas é que dá uma sensação tão boa, experimentem!
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4. Enfeitam suas mesas com 200 bonecos de desenhos pixar, desenhos japoneses, etc.
Eu tenho um foco específico: os Simpsons. Mas adoro tranqueirinhas de lojas de R$1,99 e brinquedos em geral.
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E é isso. Além de ser uma designer gráfica frustrada, agora sou uma designer de moda recém-formada e desempregada. Alguém tem um emprego sobrando pra mim? :B
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Update: esse tal de JS Kit é horroroso e eu ainda não sei muito bem como lidar com ele. Só mudei porque o Haloscan vai morrer! Então, amiguinhos, pra comentar e aparecer seu blog/site bonitinho é assim (eu acho): no campo ao lado do "From" você escreve seu nome. Clicando em cima dele vão aparecer várias opções, você marca "My open ID"e digita seu endereço. Assim, creio eu, dá certo. :P
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Update 2: desisti desse tal de JS Kit, mas não condigo me livrar completamente dessa porcaria lazarenta para, enfim, ativar os comentários do Blogger. Gaaahh!!!
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Update 3: consegui! \o\

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Oh the lights still on, we're dancing
Yeah the floor is shaking
In this disco heaven
Lady Gaga - Disco Heaven

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Pequenos sonhos de consumo que alegram nossas vidas

E quando eu falo em pequenos sonhos, são pequenos mesmo. Do tipo que se pode encontrar em supermercado.
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Batata Pringles
A última vez que eu me lembrava ter comido Pringles devia ser quando tinha uns dez, onze anos. Se bem que as minhas lembranças são um pouco turvas e eu posso estar enganada. O que importa é que faz tempo.
Quando comecei a fazer compras all by myself, essas benditas batatinhas começaram a me seduzir na prateleira. Mas o preço exorbitante dela me fez reservá-la para alguma ocasião muito especial. Daí que veio meu ritual.
Já fiz duas vezes, todo fim de semestre me presenteio com uma lata de Pringles. Não que eu seja especialmente brilhante, mas acho que a minha sobrevivência após um longo e cansativo semestre é algo a se congratular. Da última vez não havia Pringles no mercado, só Stax e uma outra imitação. Mas não. Pringles é Pringles. Por isso que comprei na loja de conveniência e gastei quase R$10.
(a propósito, eu adoro falar: Pringles, Pruin-gous, algo assim, fica bonito. :P)
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Leite Moça
Sou uma pessoa facilmente seduzida pelo marketing. Me contento com um leite condensado qualquer, pra comer puro ou com sucrilhos, mas eu ainda quero uma lata de leite Moça. Ou aquele tubinho. Tipos, é a marca, sabe cumé.
Leite condensado é um ramo em que marcas baratas ainda satisfazem. Mas isso não acontece sempre. Band-aids, por exemplo. Tem que ser O Band-Aid propriamente dito. Porque uma vez eu tinha um machucado na sola do pé, comprei o tal de Salvelox, depois de três passos havia mais curativo na minha sandália do que no meu pé. Aquele troço só serviu pra grudar sujeira no meu pé e na minha sandália. Não recomendo.
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Kinder Ovo
Sou do tempo em que as crianças podiam colecionar brinquedos de Kinder Ovo sem causar um rombo no orçamento familiar. Era R$1, em alguns lugares até menos. Obviamente que a gente não tava nem aí pro chocolate, queria saber do brinquedinho. E, ao contrário de muitas pessoas, eu não ficava chateada quando tirava um quebra-cabeça.
Pode ser que esteja ficando velha, mas quando vejo fotos das surpresas atuais as acho um tanto medíocres. Mesmo assim, hei de comprar um dia, só pra me lembrar do histerismo que nos acometia antes de abrir o ovinho de plástico.
Aliás, alguém lembra de um "primo" do Kinder Ovo, cujo nome não me lembro, em que o ovinho do brinquedo era laranja, e não amarelo? Lembro que havia uma coleção do Rei Leão, eu tinha a Nala e o Timão.
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Sorvete Häagen-Dasz
Eu tenho o conceito, por vezes falso, de que coisas pequenas e caras são gostosas. E quando vejo esses potes de sorvetes minúsculos e exorbitantes, não deixo de achar que devem ser deliciosos. Depois que os vi, deixei de achar que sorvetes da Kibon, por exemplo, são exorbitantes.
Estou os reservando para uma ocasião muito especial, que nem eu sei direito qual é.
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Sopa Campbell's
Sou fã incondicional da Pop Art, Andy Warhol é um dos homens da minha vida (juntamente com o Marcos Mion e com o Luis Fernando Verissimo, todos por razões diferentes, claro). A maneira com que ele retrata coisas do cotidiano me encanta e blás.

Do Metropolitan Museum direto para sua mesa

Obviamente que sou inteligente o suficiente para supor que a sopa Campbell's é vendida em algum lugar dos Estados Unidos. Mas não imaginava encontrá-la tão facilmente ao meu alcance, na seção de importados do mercado.
Meus planos eram de comprá-la e converter a sua lata num bonito porta-canetas. O problema que uma mísera latinha custa quase R$10 e eu não gosto de sopa. Teria que encontrar alguém que quisesse tomar a sopa, já que minha mãe me proibiu de a comprar pra jogar fora, e eu também ficaria com remorso.
Fiquei tentada também a comprar o catchup Heinz, o que será um pouco mais fácil, já que gosto de catchup.
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Claro que tenho sonhos de consumo de verdade, como uma caixa de markers e um Monopoly dos Simpsons, mas isso ficará para outro dia.

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Well I'm bored
I'm bored.
C'mon let's get high
Franz Ferdinand - Ulysses

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

As crianças não estão certas

A melhor maneira de ver como o mundo é um lugar injusto e desgraçado é pensar, por um momento, onde estarão as pessoas que passaram pela sua vida. Claro que essa nostalgia ganha uma certa dramaticidade depois dos, sei lá, 20 anos. É tempo suficiente para as pessoas terem tomado caminhos diversos e feito coisas bizarras com suas vidas.
Passei algumas semanas de férias em Ijuí, e juntamente com a minha amiga, começamos a fazer um levantamento de onde estariam nossos colegas de escola. Como ela ainda mora lá e estudamos na escola do bairro, ela tem mais informações do que eu. E isso me fez refletir por muitos, muitos dias.
Em primeiro lugar, muito poucos tomaram providências reais para realizar seus sonhos de infância, o clássico "Quando eu crescer quero ser...". Óquei, as pessoas mudam de ideia, mas... Bom, darei exemplos.
Vários fazem a faculdade paga da cidade mesmo. A menos que sejam bolsistas, estarão endividados por um bom tempo. Ah, vamos combinar que passar em universidade estadual/federal ainda é o melhor, né? [/siachando] E a exceção, obviamente.
Já muitas meninas trabalham de vendedoras/balconistas/secretárias. Nada degradante, mas digamos que não seja O projeto de vida de uma pessoa, né?
Há histórias um pouco mais trágicas, claro. Existe a possibilidade de um colega nosso ter morrido em um acidente. Uma colega faz, hm, "trabalhos alternativos", fato tristemente admitido pela própria mãe. Fora os que tiveram filhos, claro.
O que nos deixou mais indignadas, ao fim de nossas pesquisas, foi que todos nós tivemos praticamente as mesmas oportunidades! Estudamos em escola pública, tinha lá suas falhas, mas no geral era boa.
Reflitam a respeito. Façam o possível, sempre. Sou da opinião de que quando alguém realmente quer algo, se esforça e consegue. Quando vocês encontrarem, daqui alguns anos, algum amigo de infância trabalhando de, sei lá, caixa de supermercado quando o que ele realmente queria era ser piloto de avião, entenderão do que estou falando.

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Fragile lives, shattered dreams

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mais 11 coisas que as garotas pensam...

É, bem. Eu deveria tentar voltar à esfera blogueira com um pouco mais de empenho e com um pouco menos de preguiça. Como isso nem sempre é possível, deixo aqui o link pro texto que minha amada amiguinha Bel, que eu conheço dasantiga me convidou pra escrever. Na verdade, olhem o Ato ou Efeito inteiro, vale a pena (principalmente a overdose de Foo Fighters :D).

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Cuz I can be bought, but you'll pay the cost
If you can afford me
Katy Perry - If you can afford me

domingo, 21 de setembro de 2008

Por uma melhor educação

O mundo seria bem melhor se houvesse mais educação. Não estou falando da educação formal, "toda criança na escola" ou qualquer coisa do tipo (até porque eu me preocupo tanto com o bem do país que nem o meu título de eleitor me dei ao trabalho de transferir, então terei que justificar, de novo). Quem nunca aprendeu com as tias da pré-escola as palavrinhas mágicas: com licença, obrigada, por favor? Pois é. Tem um montão de gente que aparentemente não.
Adulto mal-educado é um horror. Que tipo de exemplo dá? Os piores possíveis, com certeza. Certo dia estava eu, num ônibus lotado, voltando do shopping domingo à noite. E uma criatura perto de mim jogou um copo de meio litro (vazio, claro) de milk shake do Mc Donalds pela janela! Se pessoas que jogam papéis de bala e bitucas de cigarro já me irritam profundamente, o que dizer de um copo? Será que se eu fosse na casa dela e começasse a despejar lixo no quintal ela ia gostar?
E crianças, então? Malcriações infantis terão que ficar pra outro dia, então vou citar a mais recente: esses dias eu estava nas Lojas Americanas do shopping, na fila. E é daquelas filas que dão milhares de voltas, separadas por correntes. A loja estava vazia, o caixa ocupado e praticamente só eu na fila. E não é que numa dessas uma guria, de uns oito anos, passou por baixo da corrente e entrou na minha frente? Ela estava com o irmão e com os pais! Claro que deixei por isso mesmo, porque o que não tenho de barraqueira tenho de otária. Aí depois que eu digo que todo ser humano menor de 16 anos tem que passar por um processo civilizatório numa espécie de campo de concentração longe das outras pessoas acham que estou sendo cruel demais.
A correria do dia-a-dia já bem ruim por si só (e ainda pior em cidades maiores), por que as pessoas não podem facilitar só um pouquinho, sendo menos grossas e estúpidas? É tão bonito quando as pessoas pisam no nosso pé sem querer e pedem desculpa, ou quando se oferecem pra segurar nosso material no ônibus. Isso com certeza deixaria as pessoas mais felizes e faria do mundo um lugar um pouquinho melhor. Não estou pedindo muito, apenas que cada um faça a sua parte. =)

sábado, 23 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Edição Drops de Manaus, sabor tucumã com cupuaçu II

No primeiro dia conhecemos alguns guris, que pagaram a inscrição só pra poder ir nas festas. No segundo dia dois deles nos levaram em um tour pelo centro da cidade. Passamos por vários prédios históricos e talz, tiramos foto na frente do Teatro Amazonas, um programa bem turista.
E foi só. Não passeamos, fomos lá para trabalhar, não pra fazer turismo e isso não me chateou. Não vimos o Encontro das Águas, não entramos no Teatro, não fomos no ensaio da Festa do Boi, não fomos a nenhuma reserva indígena, nada que pessoas normais gostam de fazer pra tirar foto. Até porque, nem máquina tínhamos.
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Como toda turista, pretendia levar alguns souvenires para os amigos. Minha amiga que me emprestou o dinheiro da passagem pediu um cocar. Por mim, eu comprava um cocar de cada cor, já que ela merecia. Mas a verba estava curta e eu não visitei nenhuma feira de produtos típicos. E comprar nas lojinhas do aeroporto meio que desvirtua o processo, né não? (além de ser mais caro, claro)
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As festas: sim, dentro de todas as atividades acadêmicas mui construtivas, estão inclusas festas! Em lugares especiais, apenas para participantes do evento, sem nenhum custo para entrar (só as bebidas que não eram liberadas, mas também já era pedir demais, né?). É uma coisa linda, porque estão presentes pessoas de Norte a Sul, há muita interação entre as pessoas. (6) Sem contar que acho os designers seres especialmente apreciáveis, umas gracinhas. Pena que esse ano parecia que estava todo mundo irritantemente comprometido. ¬¬
Ou fui eu quem bebeu pouco. Ano passado (Florianópolis, SC) havia uma pinga de R$1 a dose. Misturada com o refri, que era R$2, proporcionava um drinque que alegrava por muito tempo. Já esse ano, os drinques mais baratos era R$4, e fraquinhos. Eu não estava disposta a torrar muito dinheiro com bebida. Ou seja, fiquei muito tempo sóbria, o que tira a magia da coisa.
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Se tem uma coisa que eu tenho horror nessa vida é carioca (minha opinião mudou um pouco depois que passei a ver o Marcelo Adnet, até então ele era o único que eu não sentia vontade de atacar com um lança-chamas). Mas nada como as adversidades da vida pra gente mudar de idéia.
Um grupo de cariocas mui simpáticos (!!!!) tinha uma mesa no meio do acampamento cheia de bebidas. No penúltimo dia, já irritada com a minha sobriedade constante, fui lá socializar com eles. E enchi a cara de Prushka (uma vodca muito vagabunda) com xarope de guaraná barato. Cheguei da festa sem nem saber meu nome direito (e muito menos me lembrar quem dançou comigo na megaquadrilha que houve - festa junina, que bonito!) e acordei com uma sede do capeta.
Quando estávamos no ritual de desmanche do acampamento um dos cariocas me ofereceu uma garrafa de Prushka fechada pra levar pra casa. Infelizmente não havia mais espaço na mala. :/
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Amazonas é quase uma outra dimensão. Tem até o fuso-horário diferente! O que me deixou comovida mesmo foi uma das minhas idas à cantina perto do acampamento. Estava olhando o freezer, eis que vejo uma garrafa de Grapette! Não sei se tem em outras regiões do Brasil, mas no Sul ela foi extinta para todo o sempre há anos. Minha mãe falou que ela tomava quando era criança, "Quem bebe Grapette, repete", essas coisas. Para alegrá-la um pouco, lhe levei uma garrafa, para relembrar os velhos tempos. =D
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Continuando com o intercâmbio de bebidas: um pessoal do Maranhão falou na comunidade que levaria a lendária tiquira. Além de provar tive que levar uma garrafa de recordação, claro. É álcool puro, nossa (isso que já tomei coisas beeem medonhas)!
Já que estamos no Maranhão, o Guaraná Jesus não poderia faltar. Já tinha ouvido falar muito dele e precisava provar senão teria um treco. Digamos que é bem... peculiar. Ainda não consegui decidir se gostei ou não.
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Saldo: uma semana dormindo menos de quatro horas por noite, num colchão inflável que murchava, tomando banho gelado (e meu cabelo virou um bagaço, já que estava sempre molhado de suor), correndo de um lado pro outro, conversando com pessoas do Brasil inteiro, trabalhando, me divertindo, livre das professoras malas...
Recomendo a todos os estudantes de design irem pelo menos uma vez, pra ver como é. Uma experiência única, podem ter certeza.
N Design Pernambuco 2009, aí vou eu!

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Boys just come and go like seasons
Fergie - Fergalicious

domingo, 10 de agosto de 2008

Daniela, uma aventura na Amazônia - Edição Drops de Manaus, sabor tucumã com cupuaçu I

Lá é quente. Quente. Quente. Quente! Não estou brincando. É quase insuportável para alguém que veio dum lugar em que costuma gear. Senti o ar quente e abafado típico de lá assim que coloquei o nariz pra fora do aeorporto e saí dos domínios do ar-condicionado.
A UFAM (Universidade Federal do Amazonas), local sede do evento, fica praticamente dentro da Floresta Amazônica. Isso não quer dizer que seja fresco. Poxa vida, cadê o vento nesas horas?
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Não importa a hora em que a gente tomasse banho, a gente já saía pingando suor. Achei que ia morrer tendo que tomar banho gelado nos vestiários por uma semana (pelo menos tinha separação entre os chuveiros e cortininha), já que ODEIO banho gelado, mas até que foi uma bênção.
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A lona sobre nossa barraca acabou se revelando uma idéia nem tão boa assim. Em primeiro lugar, a lona era preta, o que fazia com que a gente acordasse encharcada de suor antes das oito da manhã (já não bastasse o sol africano de lá, a lona preta fazia o favor de concentrar o calor ainda mais). Em segundo lugar, a chuva acabou entrando do mesmo jeito, pela telinha da porta. ¬¬
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Até que não era assim tão povoado de mosquitos quando imaginei. Não passei repelente nenhum dia, veja só! E também não peguei malária, nem febre amarela, nem dengue, nem um mísero resfriado se apresentou. Escapei até do surto de conjutivite (ao contrário da minha amiga), que começou no pessoal da organização e se alastrou pelos participantes. Isso que fiquei UMA SEMANA sem tirar as lentes de contato. Achei que elas adeririam para sempre às minhas córneas, mas consegui removê-las sem nenhum dano aparente à elas nem aos meus olhos.
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Geeeente, eu vi um esquilo! Achei que esquilos só existiam no Central Park. =P
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O almoço e o jantar eram bons. E o melhor era ser monitor e não pegar fila, e ainda zoar os outros (calculem: uma hora de almoço + pelo menos 500 pessoas querendo almoçar = uma fila nada modesta). Sim, eu não sou legal. :P
Os sabores de suco eram um tanto incomuns, pra não dizer bizarros: acerola (tá, eu conhecia acerola), caju (conheço o suficiente pra detestar), cupuaçu, tamarindo (eu jurava que só existia no Chaves!), e mais um outro que não há Cristo que me faça lembrar. Onde foram parar os sucos de laranja e morango?
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Acabou mas ainda tem. ;)

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This is just what you're looking for
Citizen Bird - Joy